sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Panamá e o trânsito: a hostil mistura caribenha

Atendendo aos inúmeros pedidos dos meus leitores (o blog já tem até comentários - obrigado pessoal pela solidariedade) vou escrever novamente. E o tema até que merecia ser o primeiro post: o trânsito. O trânsito na Ciudad de Panamá é algo a ser estudado por engenheiros, arquitetos, desingners, jornalistas, advogados, por físicos e, principalmente pelos químicos, já que é uma mer..! Nao tem regra. Ou melhor, existe uma lógica, mas é a lógica panamenha, portanto, pedestres, estejam avisados. Nao se atrevam a caminhar pelas calles (hahahah) panamenhas. Em primeiro lugar, a Ciudad del Panamá nao foi feita para pedestres. As poucas calÇadas que existem no centro, ou sao tomadas pelos carros (que até estacionam em fila dupla - sim caro leitor, estacionam em fila dupla; já vi um motorista esperando o outro chegar para poder sair com o carro que estava travado entre um outro carro e um muro) ou sao repletas de armadilhas espertinhas para matar desatentos, velhinhos e velhinhas simpáticos ou nao, cegos, ou qualquer outro ser que se arrisque. Existem buracos enormes feitos propositadamente que nao sao cobertos com tampas de concreto, chapas ou outros sistemas para previnir algo pior contra a humanidade.
Aqui é um lugar ótimo, come-se muito bem, compra-se de tudo com preÇos justos e com qualidade, existe qualidade de vida, mas nao para bípedes como nós, portanto, nao se arrisque. Você precisará de tempo de experiência para nao ser pego por um carro ou cair em uma dessas armadilhas. É o seguinte, é tudo tao confuso que eu mal consigo associar as idéias. Eu sou um paulistano e já dirigia em Sao Paulo muito antes do rodízio municipal de veículos (para quem nao sabe, o rodízio nao é do tempo de Adao e Eva, ou seja, a sequência nao foi: Deus fez o céu, a terra, Sao Paulo e o rodízio municipal de veículos; o rodízio foi criado lá pela década de noventa do século passado, mas voltemos ao panamá), mas isso aqui é assutador.
Aqui existem mais de 1 milhao de pessoas que andam de carro, ônibus, caminhao, motos (poucas), existem poucos semáforos - e mesmo assim, em algumas situaÇoes você pode passar com o farol vermelho. E nao estou falando do horário da madrugada - e a maioria dos poucos semáforos ficam embandeirados (piscando no amarelo ou no vermelho). Além disso, todos querem ir para o mesmo lugar ao mesmo tempo e nao dao passagem, e nao tem preferêncial e nao usam seta, e nao respeitam os pedestres, e param sobre a faixa de pedestres, e o pior, buzinam. Buzinam o dia inteiro, por qualquer motivo, para qualquer pessoa, chova ou faça sol, em carnaval ou em cortejo fúnebre, e buzinam. E mais, se estiver atravessando a rua senhor pedestre e o carro buzinar, nao tente continuar no mesmo ritmo que você estava. Estou prevenindo, corra, corra o mais rápido que puder pois, se o carro e você chegarem ao mesmo tempo no mesmo ponto, você será atropelado. E imagino que o motorista dirá o seguinte quando questionado pelo guarda de trânsito: abrem-se las aspas "Jô binha de acá y elle estaba atrevessando. Jô bussinei um poquito para abisar-lo que ya quedar por arriba de elle, pero elle sy movió mui despaciadamente e Jô tuve que matar-lo." E mais, nao confie nos educados. Esses sao os piores. Eles estao trafegando com seus carros e quando percebem que você quer atravessar a rua, reduzem a velocidade para que você pense que será seguro atravessar naquele momento já que um panamenho raro resolveu respeitar você, um indefeso e quase extinto pedestre. Esses educados, quando percebem que você está no meio da rua, ou seja, a distância entre voltar para a calÇada e chegar até a outra é a mesma, eles buzinam, acelaram e quedam por arriba de tu corpo. Quando tu te percebes, estás roto, espatifado no asfalto e completamente imprestable. Acho que é isso.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Acordei cedo: 09h00 no Brasil

Hoje foi dia de acordar bem cedo. Às 06 horas de la mañana aqui no Panmamá (09h00 no Brasil) já estava debaixo do chuveiro para tomar banho e depois o café da mañha panameñho. Hoje teve ovos revueltos, presunto tipo tender, queijo chedar (sic) e um outro que nao sei o nome, suco de laranja, maça, abacaxi e malancia além de bacon, picadinho, carne com pimentao, cebola e coentro, tortillas (nao sao como a espanhola, imagino) waffle com mel, iogurte, frutas iguais às do suco (menos maça), enfim, o café da manha é uma micelânea de coisas que dá medo. E olha que admito ser um glutAO. Como muito. Feijoada já foi meu prato das madrugadas de quinta feira quando trabalhava de noite, no começo da carreira de jornalista. Mas ñao arrisco o picadinho com pimentao e coentro pela mañha. Ñao dá. Se fizer isso, terei de almoçar duas caixas da Alka.

Nunca havia morado em um hotel e como sei que isso vai passar, estou tranquilo. Daqui uns 15 ou 20 dias estaremos no apartamento. O hotel é muito bom. Estamos em uma suíte com uma ante-sala, mesa para refeiçao, cozinha com geladeira, temos 2 televisoes (la habitacion es mas grande que nuestra casa en Brooklim, en Sao Paulo), muito bem acomodados. Para alguém como eu que, em 41 anos, ñao havia passado de uma viagem para Brasília de um dia para o outro e me hospedado no apartamento do Janjao (sogro do Luís Gonzaga Mineiro) e ainda usando o mesmo terno por 2 dias seguidos, o hotel é fantástico. E é bom para outros que, diferentes de mim, estao mais vviajados. Aqui tá cheio de brasileiro, ou brasucas, como fala a , minha cunhada. Já encontrie brasileiro em vários lugares. E o detalhe é que encontrei poucos preocupados em falar em espanhol com os panameños.  Mas, como diria um amigo, "ema, ema, ema, cê já viu a siriema?".

Mas acordar cedo é bom. E para mim, aqui, é até melhor. Nunca fiquei tanto tempo sem fazer absolutamente nada. Hoje o dia promete. Serao, no mínimo, uns 4 posts.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O encontro com a Alka-Seltzer

Eu acho que o acentecimento merece o segundo post. Depois de 41 anos, eu jamais imaginaria conhecer algo tao bom. Ela é perfeita, curvas perfeitas, clarinha, pequenina e a sua voz é suave como o som da espuma formada pela crista das ondas do mar. Nem no Brasil eu havia conhecido nada igual. Até que demorou, só fui encontrá-la por acaso após um jantar, aqui no Panamá, depois que entrei em uma farmácia. O nome dela é Alka-Seltzer e é a pastilha antiácido estomacal mais maravilhosa que já experimentei. E olha que conheço todos e todas: eno, sonrisal, chá de boldo, hortelá, laranja com bagaço e casca e tido (semente também); e nada é igual a Alka. Ñao consigo entender porquê no Brasil ainda nao tem.









Pode até existir em outro lugar do mundo, mas eu só conheço a do Panmá e, por isso, é a melhor.

Pronto, cheguei

Já escrevi um post com esse título, mas ninguém leu simplesmente porquê eu postei em um blog que nao coloquei no ar. Nao coloquei no ar por ñao (estou em um teclado de língua espanhola e para escrever o ã em um teclado de língua espanhola você tem de apertar o alt seguido de 1478 e verificar se a tecla bloq num está desapertada; diante de tanta dificuldade, abolirei tais letras com o TIL dos meus textos; por outro lado, existe aqui um Ñ com TIL para palavras como mañana) prosseguindo, ñao coloquei o post no ar por nao estar assim tao (experimente pronunciar o nao e tao sem o TIL, fica parecendo um finlandês tentando falar português) vamos, prosseguindo, ñao estava precisando conversar com ninguém, havia acabado de chegar ao Panamá, tudo era muito novo, sequer falava espanhol, o computador nao estava colaborando muito, enfim, nao precisava. Mas agora mudou: já se passaram treze dias, continuo nao falando espanhol, preciso conversar com alguém - mesmo que seja uma tela de computador - meu computador agora é bem melhor - o anterior quedou muerto - e preciso fazer alguma coisa.

Para quem ainda nao sabe, sou um brasileiro de 41 anos que depois de anos trabalhando dia e também noite foi *expatriado pela esposa, que foi expatriada pela empresa em que trabalha. Portanto, ela trabalha e o Marido Expatriado tem tudo para virar um dono de casa. Lavar, passar, fazer o jantar, arrumar a casa, plachar roupas, etc, etc, etc. Sei que nao sou o primeiro marido expatriado, mas estou entre os poucos expatriados que nao têm visto de trabalho do lugar para onde foi e que nao fala a língua local ou outra que nao a sua própria. Depois falo mais sobre isso.

Enfim, a viagem é espetacular. Sao 7 horas de Sao Paulo à Cidade do Panamá - 3 horas sobrevoando a Amazônia, passando por cadeias de montanhas na Bolívia e Venzuela, saindo para o Pacífico e, por fim, pisando em terra firme. Mais 1 hora de carro do Aeroporto de Tocumen até o centro, onde está o hotel e pronto. Lar, doce lar.